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sábado, 13 de setembro de 2014

Tráfico de Animais

 Tráfico de animais no Brasil: você sabia?




O Brasil é um dos principais alvos dos traficantes da fauna silvestre devido a sua imensa biodiversidade. Esses traficantes movimentam cerca de 10 a 20 bilhões de dólares em todo o mundo, colocando o comércio ilegal de animais silvestres na terceira maior atividade ilícita do mundo, perdendo apenas para o tráfico de drogas e de armas. O Brasil participa com 15% desse valor, aproximadamente 900 milhões de dólares!!!

Lei de Crimes Ambientais, criada em fevereiro de 1998, considera os animais, seus ninhos, abrigos e criadouros naturais, propriedade do Estado, considerando que a compra, a venda, a criação ou qualquer outro negócio envolvendo animais silvestres é crime inafiançável.

 De cada 10 animais traficados, 9 morrem antes de chegar ao seu destino final. Em outras palavras quase 38 milhões de espécimes são arrancados de seus ninhos (aves) e tocas (mamíferos). Desse número, apenas 1% chegará ao destino final. Vocês têm ideia quantos filhotes estão morrendo, diariamente, nas mãos dos contrabandistas? Eles saem do país, pelas fronteiras, escondidos em malas e sacolas, passando nas barbas da polícia, totalmente dopados, anestesiados e provavelmente já mortos por maus tratos!!

O Brasil ocupa o  lugar no mundo de espécies de "aves" ameaçadas.

Há quadrilhas organizadas e especializadas no tráfico de animais e que são bem estruturadas para a venda ilegal. Cerca de 70% do comércio é para o consumo interno e o restante é exportado. Este tráfico envolve um grande número de pessoas, iniciando com os capturadores ou caçadores (geralmente pessoas muito pobres e que conhecem o hábitat dos animais).
A captura acontece em lugares em que há grande biodiversidade: como a região Norte, o Pantanal e o Nordeste — regiões pobres do ponto vista socioeconômico. As principais áreas de captura estão nos estados do Maranhão, Bahia, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Minas Gerais e região amazônica. Depois, o animal passa por vários intermediários até chegar aos grandes comerciantes que ficam no eixo Rio - São Paulo. 
Nestas capitais acontecem o maior volume de vendas. Os animais têm diversos destinos: muitos são vendidos ilegalmente em feiras, outros vão para criadores ou criadouros, quando exportados, o destino é normalmente a Ásia, a Europa ou o Estados Unidos. É comum acharmos na feira de Praga (Europa) araras brasileiras por 4 mil reais, ou seja, o animal que foi capturado por 50 centavos (R$0,50) é vendido por oito mil vezes mais.

Há informações de que a lucratividade do negócio ilícito atraiu a cobiça de organizações criminosas como a máfia russa, que também está participando do tráfico de animais.
 Quando recolhidos pela fiscalização, os animais silvestres encontram-se em péssimas condições, alguns já mortos, dopados, maltratados, com fome, sede e frio. São filhotes, são bebês, mal enxergam, sem pêlos e sem penas... Necessitam ser rapidamente alojados, alimentados, protegidos e recebem cuidados médicos. Alguns animais sofrem outro tipo de violência: têm seus olhos furados, para não enxergarem a luz do sol e não cantarem - caso das aves, evitando chamar a atenção da fiscalização. Todos são anestesiados para que pareçam dóceis e mansos.

No Brasil, o comércio ilegal da fauna silvestre divide-se claramente em duas modalidades básicas:
tráfico interno, que tem como característica a sua desorganização, sendo praticado por caminhoneiros, motoristas de ônibus, pequenos comerciantes e miseráveis, que saem de suas cidades levando animais silvestres que vão lhe garantir dinheiro para a viagem e comida.
O tráfico internacional - sofisticado, esquematizado, planejado, com pessoas inteligentes, grandes nomes na sociedade internacional, artistas milionários, inúmeras empresas e grandes laboratórios, que seguem esquemas criativos e originais, distribuem subornos e contam com a condescendência de funcionários do próprio governo, de empresas aéreas e até de políticos.
 O tráfico da fauna silvestre brasileira divide-se em três objetivos distintos:
·         Colecionadores particulares;
·         Animais para fins científicos;
·         Animais para comercialização internacional em "pet shops".

Todos esses animais deixam o país através dos portos e aeroportos das principais cidades brasileiras ou então, através das fronteiras dos países limítrofes ao Brasil, como Argentina, Paraguai, Bolívia, Colômbia, Venezuela, Guianas e principalmente o Suriname, onde jatinhos particulares, aguardam a chegada de dezenas de caminhões brasileiros que levam nossos animais, aos milhares, para terras internacionais.
 Estatísticas  

Animais de Estimação
 Nome Comum
             Valor em US$ / Unidade 
 Jiboia
800 a 1.500
 Tartaruga
350
 Arara- Vermelha 
3.000
 Tucano-toco
2.000

Animais para Coleção
 
Nome Comum
    Valor em US$ / Unidade 
 Arara-azul-de-lear 
 60.000
 Papagaio-de-cara-roxa 
6.000
 Mico-leão-dourado
20.000
 Jaguatirica
10.000

Animais para Fins Científicos

 Nome Comum
        Valor em US$
 Jararaca-ilhoa
20.000 (por unidade)
 Cascavel
1.400 (por unidade)
 Surucucu-pico-de-jaca 
3.200 (por unidade)
 Coral-verdadeira
  31.300 (por grama de veneno) 

Animais mais procurados pelo tráfico:

Papagaio-de-cara-roxa
Arara Canindé
Arara-vermelha
Corrupião
Curió
Tie-sangue
Saíra-sete-cores
Tucano
Mico-leão-dourado
Macaco-prego
Jaguatirica 

Animais para colecionadores particulares e zoológicos: este talvez seja o mais cruel dos tipos de tráfico da vida selvagem, pois ele prioriza principalmente as espécies mais ameaçadas de extinção. Quanto mais raro for o animal, quanto mais ameaçado, ou quanto menos exemplares existir na natureza, maior é o seu valor de mercado.
Exemplos:

Arara Azul de Lear
Arara Canindé (azul/amarela)
Papagaio Cara Roxa 
Mico Leão Dourado 
Jaguatirica 

Animais para fins científicos: neste grupo encontram-se as espécies que fornecem a química base para a pesquisa e produção de medicamentos. É um grupo que percebeu as facilidades no país e por isso mesmo aumenta a cada dia.
Exemplos: 

Jararaca 
Jararaca Ilhôa 
Cascavel 
Sapos Amazônicos 
Aranha marrom 
Outras aranhas 
Besouros 
Vespas 
Os animais abaixo têm substâncias extraídas para serem vendidas por grama.
Exemplos: 
Jararaca 
Urutu 
Surucucu 
Coral 
Aranha marrom 
Escorpião brasileiro 

Animais para pet shops: É a modalidade que mais incentiva o tráfico de animais silvestres no Brasil. Devido à grande procura, todas as espécies da fauna brasileira estão incluídas nessa categoria. Os preços variam de acordo com a espécie e quantidade encomendada.
Exemplos: 
Jiboia
Tartaruga 
Arara Vermelha 
Tucano 
Melro 
Saíra 
Sagui 
Sites: UOL, GLOBO, TERRA e Fundação Parque Zoológico de São Paulo





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